quinta-feira, agosto 31, 2006

Olhozinho

Quando você olha
quando você olha
quando você olha no meu olhozinho
com seus olhos de
com seus olhos de
com seus olhos de jesus cristinho
o dia pára
a noite anda
se mal começa o dia finda a noite clara
a noite cessa
se o dia manda
e já começa a noite clara
o dia ainda
olhos santos
santos olhos
olhos de quem quer ver
o que ninguém vê
quer ver o que ninguém quer ver
furacão
avião
lamparina
sina
carnificina
e solidão

quarta-feira, agosto 30, 2006

Sonho de Ícara

Ok cyberspace!

Ok cyberspace! Chega de gavetas vomitando papéis sólidos cheios de história impublicável. Faz-se a hora das liquidezes, do tempo-hoje, da palavra-agora que amanhã já foi e ontem ainda não era.

Ontem? Ontem era dia de virar borboleta, mas virei entranha úmida de barata carne negra a me convencer da inutilidade dos gozos intelectuais. As entranhas inundadas do gozo das carnes esvaziavam-se de Rafaéis e Carinas... quantos medos me provocaram de suas caras carnes multicoloridas, tantas vezes indigestas diante de minh'alma faminta? Faminta continuo, faminta e famigerada... entre massas, gorduras e doces, faminta, sempre faminta: estômago infinito, entranha infinita!
E esse amor infinito sem alimento, sem olhar, sem espelho!

Hoje um oco de estômago cheio e entranha inchada: podem ainda empanturrar-se de qualquer coisa...

Amanhã: nova chance para as borboletas!