quinta-feira, novembro 11, 2010

Adiar não é verbo que se preze

Eu gostaria de gritar bem, bem alto, tão alto que me ignorar seria tão atormentante que tornaria muito, muito mais fácil simplesmente me amar para depois, num silêncio tranquilo, com aquele leve sorriso no canto da boca que só um gozo prazeroso sabe produzir, podermos dormir. E aí sim poderíamos descansar de nossas exaustões tarefeiras que nos paralisam de medo de não termos tempo e espaço para... simplesmente amar. Mas não, eu não posso gritar, senão te acordo da angústia. Pois sim, mantenhamo-nos exaustos e amedrontados, dormindo mal, maltratando o amor para mal cumprir nossas incansáveis tarefas. Afasto-me devagar, encosto a porta quase sem respirar, pra não te acordar... e não durmo mais. E então, adio o texto que desesperadamente devo escrever para amanhã, adio o descanso, adio o amor... e ainda adio o adeus.