quarta-feira, outubro 28, 2009

Abertura de inferno astral

Sagitário, 28 de outubro de 2009
Hoje é um bom dia para refletir sobre as vivências do passado e tudo aquilo que se passa no seu interior, já que Mercúrio entra em seu setor das crises. É hora de avaliar novos caminhos para a vida, mas evite ser crítico demais. Cuidado para não magoar ninguém!

terça-feira, outubro 27, 2009

a marca de caim

Compartilhar é difícil, como qualquer ato que envolve relação.
Podemos não saber como falar
Podemos nos sentir marcados por diferenças que nos colocam de fora do que está sendo dito.
Mas tudo isso são cadeados a destravar, exercício, provação.
Em outras vezes, porém,
por mais que nos convoquem, não há o que destravar
o exercício é mais duro porque é impossível:
Estamos diante do incompartilhável porque a experiência que somos convocados a compartilhar
não existiu, ainda está por acontecer ou
(e aí deve se localizar o indizível aterrorizante)
não acontecerá.

quinta-feira, outubro 22, 2009

dezoito de outubro

Terá o corpo possibilidades locais?
Poderei morar no teu cangote
Quando teu pé não gosta de mim?
E quando é que teu pé não gosta de mim?
Quando é que um leve movimento do meu olho esquerdo te leva a concluir
que não gostei (inteiramente) do que disseste?
Eu gosto de tudo que dizes
O que não quer dizer que concordo,
que con_sinto.
Nunca pensei
[palma da mão aberta atravessando o ar]
em concordâncias.
Necessidades de consenso,
penso ridículas.
Das palavras,
gostar,
é como um cafuné.
Aquele deitar entre afetividades
e passar pela importância.
Exatamente?
Exatamente.
Um muito de palavras em outras dimensões,
porque aquilo que não está para o__________________
Eu queria não ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Eu não queria VVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVV !
Terminar rastros com exclamações!
Não posso escrever sobre a perda dos rastros...
rastros se perdem,
uma vez perdidos: perdidos.
Não há reencontro, retomada,
aquele trumpete que levará ao encontro do que ainda não passou.
Passou, passará, está passando,
não cansa de passar...
É tempo de deixar um ponto e cair
fora.
Porque amar é saber ca
ir
fora.
[entre colchetes estontear as expressões do acordar para fazer,
fazeríade de movimento]
Fechar parênteses
e gostar faz bem.
Eu te gosto de fazer bem aos arrepios.


quarta-feira, outubro 14, 2009

prole


há uma dor em mim: não sei se é daquilo que ainda está nascendo ou daquilo que se encaminha com dificuldade e resistência para a abolição. não importa. se ainda estiver nascendo está demorando demais: hei de parir o natimorto da vida, aquilo que de tanto esperar, quando nasce já não tem tempo de viver. cérebro de ampulheta. dor de parir a vida que não nasce. parideira de natimorto de novo. de novo. de novo... não sei se tento o feto vivo prometido ou me entrego à infertilidade como a inevitável fissura que se crava em minha carne. sim, toda vida é um processo de demolição e a fissura começa num tempo imperceptível. quando me apercebi do rombo, o canion já estava aberto, rasgado, sem aprendizagem passível de fazer a costura. ampulheta na cabeça: o rombo é maior que o tempo...