segunda-feira, agosto 29, 2011

tempo bom, tempo ruim

madrugada de tormentas regadas aos temporais medicamentosos dos que tentam ridiculamente se matar. Estatístico: as pessoas se matam aos domingos. Se estiver chovendo, o índice aumenta. Incrível como os psiquiatras enfiam na casa das pessoas a ferramenta da maioria das tentativas de auto-morte disfarçada de tratamento para melhor viver. Que vão à merda! Funcionários do fascismo da vida normal! Aos domingos, eles desligam os celulares. Eu é que sei dos que sofrem e de como gostaria de dizer: se queres morrer, morra! Como cuidar da vida de quem não quer viver? E tudo isso no meio de minhas próprias tormentas de auto-vida. Eu nunca quis tanto estar viva. Eu nunca tive tanto corpo. E o tempo ruim aumenta as cólicas de outra vida que afortunadamente não veio. Sorrio. Estou parindo meu próprio corpo, minha palavra, minha letra, meu orgasmo e espero sofregamente não sucumbir a esse desejo nefasto de parir crianças. Crianças que não poderão se matar para promoverem o sucesso da criação materna: filhos saudáveis, filhos saudáveis, filhos saudáveis, filhos rentáveis, filhos saudáveis, filhos suicidáveis, filhos saudáveis, filhos saudáveis, filhos capturáveis, filhos saudáveis...

Nenhum comentário: