quinta-feira, setembro 10, 2009

bendita vontade de espelho


A alegria dos espelhos parecia querer guardar os instantes que as retinas roubavam nos vieses do olhar...

Por alguns momentos também eu quis reter as imagens como se fossem afetos,

como se fossem memórias,

como se fossem inesquecíveis só pelo fato de as batizarmos assim...

A fugacidade diz de sua própria potência...

A memória da pele!

(imagem sonora que passa agora: “tudo em você é fugaz, tudo você é quem lança! – Lança mais! – Mais!”).

Quem dera um mundo em que os espelhos não fossem suspensões,

em que memórias não fossem suspensões,

em que afetos não tivessem que ser suspensos por uma imagem.

Estou criando as saudades que eu quero ter!

Terei saudade!

Saudade!

*Imagem: Sabina, de A Insustentável Leveza do Ser

2 comentários:

lesmariposa disse...

não tenho saudade de ti. nenhuma. as vezes tenho saudade de achar coisas sobre ti. lembro do teu guarda-roupa cheio de imágens.
mas de ti mesmo, acho que só tenho uma memória que é quase um estrabismo que me lança ao não entendimento do entendimento. as nossas ondas de pensamento.

e te amo, sem saudade.

as vezes quando tenho saudade eu brinco de chorar. daí, adoro!
é mais como um desabafo.
daí penso em me mudar pra tua casa. daí lembro que não é esse meu caminho, que uma lesma bem potente tem sua casa nas costas.

lesmari

lesmariposa disse...

é! "bendita vontade de espelho"