sexta-feira, setembro 25, 2009

estupro

o canto do olho direito roça um objeto: um baratouro medindo um palmo aparece bordejando a janela, acenando suas antenas para mim, mero réptil inofensivo... tenho formigamentos anais, colméias vaginais, zunidos clitorianos e um útero prestes a parir os cupins que devorarão as pedras do ancoradouro onde estão amarradas as redes de proteção. respiro pelas axilas, alguma guelra nasce ali, de uma coceira. amamentações cáusticas me alimentam. tenho pernas equinas que cavalgam os pedais alados do futuro, uma sede cloacal na garganta e tentáculos cerebrais que pescam o pensamento: ele vaza do xorume de um cardume que morreu na praia... um inconsciente seminal e combustível me estupra, e este corpo não o pede nem o recusa.

Um comentário:

lesmariposa disse...

Dali baba na pedra da vida.
salvador salvador do meu indisível.

penso em parir o desejo da não-vontade de ser entendida.

não quero mais nenhuma palavra que não passe pelos meus sentidos. quero limpar minha bunda com as boas palavras que me explicam a vida.

te amo cavala rsrsrsrs...